Professor mantinha aluna em fundo falso de cama em casa em SC, polícia expõe detalhes do crime que lembram um filme de suspense

De acordo com as informações reveladas durante uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (28), a investigação da Polícia Civil indica que um professor tentou despistar as autoridades utilizando o telefone celular da própria criança.

O professor é suspeito de envolvimento no desaparecimento de uma menina de 12 anos em Pomerode, no Vale do Itajaí. Ele foi detido durante uma operação policial ao longo da BR-101, na cidade de Joinville, no último domingo (27).

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A menina, por sua vez, foi localizada na residência do suspeito, escondida em um compartimento oculto sob uma cama. Importante ressaltar que, de acordo com os relatos da Polícia Civil, ela estava detida contra sua vontade, porém não sofreu qualquer forma de agressão física.

Segundo as informações da polícia, no sábado (26) à tarde, o delegado realizou uma visita à residência do suspeito. Durante o encontro, o professor aparentou surpresa e alegou que não tinha visto a menina desde sexta-feira (24).

Além disso, o pai da jovem havia telefonado para o professor na manhã do sábado, solicitando ajuda. O docente concordou em ajudá-lo, embora, de maneira contraditória, tenha afirmado que não tinha informações sobre o paradeiro da menina, mesmo mantendo-a em sua casa, oculta no esconderijo.

Na madrugada daquela data, os agentes da Polícia Civil compareceram à residência da jovem e recolheram algumas peças de vestuário, com o intuito de auxiliar nas buscas e facilitar o trabalho do cão farejador da polícia para o reconhecimento.

Posteriormente, um mandado de busca e apreensão foi executado na moradia do professor. Não tendo encontrado veículo algum e sem nenhuma resposta ao chamado, os policiais procederam à abertura forçada da porta e ingressaram na residência.

O cão farejador detectou vestígios que indicavam a presença recente ou atual da menina na residência. Uma mochila contendo as roupas da criança estava posicionada sobre a cama. Além disso, conforme relatado pelo delegado encarregado, um telefone celular danificado foi encontrado dentro da casa.

Posteriormente, os agentes de polícia apuraram que o professor havia deixado a sua casa. A placa do veículo dele foi identificada e, ao entrar em contato com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), confirmou-se que ele estava circulando na região de Joinville.

Durante a abordagem policial, o suspeito admitiu que a menina estava escondida na residência. Ele explicou aos policiais que havia cortado pelo menos metade da cama para criar um espaço para que ela se escondesse até o momento de seu retorno à casa.

No decorrer da investigação, as autoridades policiais descobriram que a menina possuía um telefone celular, que lhe foi presenteado pelo professor, após seus pais confiscarem seu próprio aparelho durante as férias escolares.

O professor alegou que esse dispositivo lhes permitiria manter contato por meio das redes sociais. Temendo ser descoberto, dado que o celular estava registrado em seu nome, o professor deixou sua residência na manhã do domingo (27) e dirigiu-se à BR-470, com destino a Navegantes. Ali, ele ligou o celular e, nas proximidades da região de Joinville, o arremessou no rio.

O objetivo dele era de fato dispensar esse telefone celular. Como a polícia no dia anterior foi até a residência e em tese, descobriu ele, desesperadamente ele acorda às 5h da manhã e foi sentido Litoral para despistar a polícia e se desfazer desse celular. Ele ligou esse celular, fez algumas atividades para dar sinal e eventualmente, despistar a polícia e dizer ‘olha o celular tá dando lá em Navegantes, não está aqui na minha casa’”, afirmou o delegado Rodrigo Raitez.

Quando regressava à sua moradia em Pomerode, ele se deparou com a presença de uma equipe policial circundando a casa. Conforme relatado pelo delegado, foi nesse instante que ele optou por voltar à área de Joinville.

Ainda de acordo com Rodrigo Raitez, o homem chegou a pensar em fugir para a cidade de Curitiba, capital do Paraná, ficar no apartamento do seu filho e lá pensaria no que fazer, se continuaria foragido ou se iria se entregar.

O acusado também admitiu seu desejo de compartilhar sua residência com a jovem e mencionou que aguardava uma resposta positiva em relação a um concurso público para lecionar na rede pública de ensino no Paraná.

O professor de 55 anos foi detido em flagrante sob as acusações de estupro de vulnerável, cárcere privado, sequestro com fins libidinosos e obstrução da justiça. Ele será apresentado a uma audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (28).

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