MP levou 10 meses para intimar a mãe da menina e arquivou caso sem exigir perícia

O caso da menina Sophia Ocampo, morta com inúmeros sinais de violência e abuso, continua causando espanto e consternação. Novas informações, obtidas pelo jornal O Globo, apontam a lentidão da Justiça em agir sobre as denúncias.

Um dos motivos para a grande revolta que se estabeleceu em relação ao caso é a negligência que parece clara. Em 31 de dezembro de 2021, Jean Carlos Ocampo, pai da menina, procurou a delegacia para denunciar o caso.

Logo que o caso foi denunciado, a delegacia solicitou exame de corpo delito da menina. Passaram-se meses, mas o exame nunca chegou a ser feito, mesmo a delegacia solicitando urgência no caso.

A demora também foi observada na realização de audiência, que só aconteceu no dia 20 de outubro de 2022. Quase um ano depois, a Justiça ouviu o pai da menina, que relatou suspeitas de maus-tratos contra a filha e que, inclusive, havia ouvido a ex-sogra relatar que a menina era vítima de agressão, que era mal alimentada e morava em um ambiente “insalubre”.

A mulher foi convocada a depor e negou o relato do ex-genro, afirmando apenas que a filha andava “estressada”. Mesmo com indícios de agressão, o caso acabou sendo arquivado pela Justiça.

A advogada de Jean, Janice Andrade, critica a maneira como o Ministério Público conduziu a ação e aponta que, em nenhum momento, houve um trabalho conjunto da Justiça ao lado do Conselho Tutelar, que tinha vídeos mostrando a situação insalubre em que a menina vivia.

Em nenhum momento o Ministério Público acionou o Conselho Tutelar para colher mais provas do crime, nem o posto de saúde. Tinham fotos, prints de WhatsApp da mãe da Stephanie falando sobre as agressões, mas a agressora negou e ficou por isso mesmo“, relata.

 Importante:   Este site faz uso de cookies que podem conter informações sobre os visitantes. ACEITAR Leia mais